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O que é o cooperativismo?

Modelo de negócio permite que pessoas com objetivos econômicos em comum se reúnam e prosperem por meio da cooperação

O que é o cooperativismo?

Muito mais do que um modelo econômico, o cooperativismo é uma filosofia de vida baseada na cooperação entre indivíduos. Uma cooperativa surge quando indivíduos se unem para atingir objetivos comuns e promover o desenvolvimento coletivo. A essência do movimento reside na ideia de que, juntas, as pessoas podem superar obstáculos e alcançar resultados melhores do que se agissem sozinhas.

Uma das características mais marcantes do cooperativismo é a sua abrangência. O modelo de negócio pode ser aplicado em diferentes setores da economia. Isso significa que as cooperativas podem surgir em diferentes contextos e atender necessidades específicas de um grupo de pessoas e comunidades.

Existem cooperativas que oferecem produtos financeiros, educacionais, de transporte, médicos e odontológicos, habitacionais e, principalmente, alimentos. Além desses focos de mercado, existem diversos outros, já consolidados ou mais recentes. Isso torna o cooperativismo diverso em termos de economia. Por isso, representá-las de forma organizada exigiu a adoção de uma estratégia de agrupamento por parte do Sistema OCB, instituição que representa e defende as cooperativas brasileiras.

Por esse motivo, as cooperativas do país estão organizadas em sete ramos de atividade: Agropecuário; Consumo; Crédito; Infraestrutura; Saúde; Trabalho, Produção de Bens e Serviços; e Transporte. Dentro de cada um deles, ainda existem segmentos. No Ramo Agropecuário, por exemplo, há cooperativas de agricultura familiar, laticínios, grãos e outros. No crédito, há aquelas de livre admissão e as que são voltadas para públicos específicos. Outro exemplo são as cooperativas de transporte, que se dividem entre as de carga e de passageiros.

 

As cooperativas geram oportunidades de trabalho e renda aliando desenvolvimento econômico e social. Elas buscam a produtividade sem esquecer de cuidar das pessoas e dos lugares em que estão inseridas.

 

Além da diversidade de negócios, as cooperativas se destacam pela variedade de pessoas. Isso porque qualquer indivíduo pode fazer parte de uma cooperativa, tendo direito à voz e à participação nos resultados, desde que cumpra as suas responsabilidades como membro. Portanto, não existe qualquer discriminação com base em sexo, raça, classe, crença ou ideologia.

O cooperativismo também é um poderoso instrumento de inclusão no mercado de trabalho e redução das desigualdades. Ao permitir que as pessoas se unam voluntariamente, o movimento promove novas oportunidades de trabalho e renda. Dessa forma, elas têm o potencial de empoderar as comunidades, oferecendo a oportunidade de participação direta na tomada de decisões e na distribuição dos benefícios gerados.

Em complemento, as cooperativas realizam ações voluntárias de responsabilidade social para ajudar as pessoas que mais precisam de algum tipo de suporte, muitas delas alinhadas ao movimento Dia de Cooperar (Dia C) e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na ONU.

Só em 2022 as cooperativas brasileiras realizaram mais de 4,7 mil iniciativas, entre contínuas (de longo prazo) ou pontuais. Mais de 99 mil voluntários participaram dessa grande rede de solidariedade, beneficiando aproximadamente 2,2 milhões de pessoas. E mais! As quase 1,4 mil cooperativas participantes da campanha se fizeram presentes em mais de 16 mil municípios brasileiros, contemplando todos os 17 ODS. Com esses números podemos concluir que um terço das cidades brasileiras receberam pelo menos uma iniciativa do Dia C.

Portanto, as cooperativas geram oportunidades de trabalho e renda aliando desenvolvimento econômico e social. Elas buscam a produtividade sem esquecer de cuidar das pessoas e dos lugares em que estão inseridas. Essas premissas são universais no movimento cooperativista, pois estão contempladas em princípios que as cooperativas de todo o mundo adotam. A seguir, conheça quais são.

 

PRINCÍPIOS QUE GUIAM O MOVIMENTO

O cooperativismo oferece uma alternativa viável ao modelo tradicional de negócios, colocando o ser humano e o bem-estar coletivo no centro de suas atividades. Ao adotar os princípios cooperativistas, podemos construir um mundo mais equitativo, inclusivo e colaborativo.

Desde o século XIX até períodos mais recentes, foram criados princípios que possibilitam às cooperativas atuarem a partir de uma mesma base de valores. Esses pilares garantem uma consonância de ideias e acordos centrados no ganho coletivo, igualdade de oportunidades, participação democrática, responsabilidade social e valorização das pessoas. São sete os princípios fundamentais que guiam as coops:

 

  1. Adesão Livre e Voluntária:

As cooperativas são abertas para todas as pessoas que queiram participar, estejam alinhadas ao seu objetivo econômico e dispostas a assumir suas responsabilidades como membro. Não existe qualquer discriminação por sexo, raça, classe, crença ou ideologia.

 

  1. Gestão Democrática:

As cooperativas são organizações democráticas controladas por todos os seus membros, que participam ativamente na formulação de suas políticas e na tomada de decisões. E os representantes oficiais são eleitos por todo o grupo.

 

  1. Participação Econômica dos Membros:

Em uma cooperativa, os membros contribuem equitativamente para o capital da organização. Parte do montante é, normalmente, propriedade comum da cooperativa, e os membros recebem remuneração limitada ao capital integralizado, quando há. Os excedentes da cooperativa podem ser destinados às seguintes finalidades: benefícios aos membros, apoio a outras atividades aprovadas pelos cooperados ou para o desenvolvimento da própria cooperativa. Tudo sempre decidido democraticamente.

 

  1. Autonomia e Independência:

As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas por seus membros, e nada deve mudar isso. Se uma cooperativa firmar acordos com outras organizações, públicas ou privadas, deve fazer em condições de assegurar o controle democrático pelos membros e a sua autonomia.

 

  1. Educação, Formação e Informação:

Ser cooperativista é se comprometer com o futuro dos cooperados, do movimento e das comunidades. As cooperativas promovem a educação e a formação para que seus membros e trabalhadores possam contribuir para o desenvolvimento dos negócios e, consequentemente, dos lugares onde estão presentes. Além disso, oferece informações para o público em geral, especialmente jovens, sobre a natureza e vantagens do cooperativismo.

 

  1. Intercooperação:

Cooperativismo é trabalhar em conjunto. É assim, atuando juntas, que as cooperativas dão mais força ao movimento e servem de forma mais eficaz aos cooperados. Sejam unidas em estruturas locais, regionais, nacionais ou até mesmo internacionais, o objetivo é sempre se juntar em torno de um bem comum.

 

  1. Interesse pela Comunidade:

Contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades é algo natural ao cooperativismo. As cooperativas fazem isso por meio de políticas aprovadas pelos membros.

 

COOPERATIVISMO NO BRASIL E NO MUNDO

A primeira cooperativa moderna da história foi criada por um grupo de 28 trabalhadores que se uniram para montar seu próprio armazém, já que não conseguiam comprar nem o básico para sobreviver nos mercadinhos da região em que moravam, devido a uma recessão econômica. Isso aconteceu na cidade de Rochdale-Manchester, no interior da Inglaterra, no ano de 1844.

Desde então, muitas outras cooperativas, com finalidades de negócio variadas, surgiram para superar alguma dificuldade ou criar novas soluções de mercado. Para se ter uma ideia do sucesso dessa evolução, em 2019 já existiam cerca de 3 milhões de cooperativas no mundo, que à época contavam com 1 bilhão de cooperados (12% da humanidade) e geravam empregos formais para 280 milhões de pessoas (4% da população mundial). Os dados são da Aliança Cooperativa Internacional (ACI).

No Brasil, o cooperativismo também prosperou. Oficialmente, a primeira cooperativa do país foi fundada em 1889, em Minas Gerais, registrada como Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto. Seu nicho de mercado era o consumo de produtos agrícolas. Hoje já existem 4.880 cooperativas espalhadas por todos os estados. Elas reúnem 18,8 milhões de cooperados e mais de 493 mil empregados. As informações foram divulgadas no AnuárioCoop 2022.

 

COOPERATIVISMO NO ESPÍRITO SANTO

O berço das cooperativas capixabas foram as cidades do interior do Espírito Santo.  A história do movimento no estado teve início a partir de 1930. Ao longo das décadas, principalmente a partir de 1960, foram surgindo cooperativas em maior escala, sendo elas de consumo, agropecuárias, escolares, de crédito rural e urbano, habitacionais e de trabalho.

Diversas instituições e pessoas contribuíram para a consolidação do movimento no estado, entre elas o Sistema OCB/ES, organização que representa e defende as cooperativas capixabas. Ela teve início em 1972, quando um grupo formado por 36 representantes de cooperativas do estado fundou a Organização das Cooperativas do Estado do Espírito Santo (Ocees), que anos mais tarde se tornaria a OCB/ ES – Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Espírito Santo.

Décadas depois, em 1999, foi criado o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Espírito Santo (Sescoop/ES). A entidade é regulamentada nacionalmente e tem como propósito disponibilizar ações educacionais e de promoção social para as cooperativas capixabas.

Com o auxílio da OCB/ES e do Sescoop/ES, que formam o Sistema OCB/ES, o cooperativismo vem evoluindo no Espírito Santo. De acordo com a edição mais recente do Anuário do Cooperativismo Capixaba, o estado já conta com 119 cooperativas, que reúnem mais de 610 mil cooperados e 9,9 mil empregados.

Quando se pensa no público que possui algum vínculo com o cooperativismo no Espírito Santo, os números são ainda maiores. Em 2021, 1,6 milhão de indivíduos estavam envolvidos com o modelo de negócio, contemplando 39% da população capixaba. Isso significa que quatro em cada dez pessoas participam, diretamente ou indiretamente, do coop capixaba.

Atentas às novas tecnologias e demandas da sociedade, as cooperativas capixabas continuam aprimorando seus produtos e serviços e forma de atuação, sempre buscando um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e socioambiental. O esforço tem sido visível por meio dos impactos positivos do cooperativismo no estado, que crescem gradativamente.